ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DAS DOENÇAS PRIÓNICAS (APDP)

Unidos contra as doenças priónicas: capacitando a conscientização, o apoio e a pesquisa.

Doenças Priónicas

As doenças priónicas são um grupo raro e devastador de distúrbios neurológicos que afetam tanto pessoas como animais. Caracterizam-se pela acumulação anormal de uma proteína chamada prião no cérebro, resultando na degradação dos neurónios e, em última instância, levando à morte cerebral.

 

O prião é uma proteína que existe normalmente no nosso corpo, especialmente no nosso cérebro. Por razões ainda desconhecidas, essa proteína começa a mudar de forma e a comportar-se de maneira anormal.

 

Quando os priões alteram a sua forma, também afetam as proteínas saudáveis ao seu redor. Isso faz com que as proteínas saudáveis também mudem de forma e comecem a comportar-se de maneira anormal, espalhando-se pelo cérebro.

 

As doenças priónicas podem afetar a maneira como uma pessoa pensa, se move e se comporta. Algumas doenças priónicas conhecidas incluem a doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD) esporádica, cuja causa da doença é desconhecida. A variante CJD, que ganhou notoriedade nos anos 90 devido a indivíduos afetados pela doença após consumirem carne de vaca contaminada com priões, também é conhecida como doença das vacas loucas. Outros subtipos de doenças priónicas incluem a CJD genética e a insónia familiar fatal. A CJD genética e a insónia familiar fatal são causadas por mutações hereditárias nos genes que codificam a proteína priónica, levando à produção anormal dessa proteína no cérebro.

 

O facto de ainda não existir uma cura para as doenças priónicas é preocupante. Os cientistas estão a investigar intensamente para compreender melhor estas patologias e encontrar futuros tratamentos. Felizmente, essas doenças são extremamente raras, pelo que a maioria das pessoas não precisa de se preocupar com elas. É essencial confiar nos médicos e cientistas que estão a dedicar-se arduamente para obter mais conhecimento sobre estas doenças e encontrar formas de ajudar aqueles que são afetados por elas.

Factos e perguntas

A doença dos priões ocorre devido à acumulação anormal de proteínas priónicas no cérebro. Estas proteínas, conhecidas como priões, sofrem uma alteração na sua conformação, tornando-se patogénicas. Acredita-se que essa alteração seja responsável por converter proteínas saudáveis em sua forma anormal, levando à acumulação e danos nos neurónios. A causa precisa dessa mudança conformacional ainda está a ser investigada pelos cientistas.

Os sintomas mais comuns das doenças dos priões incluem alterações neurológicas progressivas, como deterioração cognitiva, problemas de memória e raciocínio, dificuldades de coordenação motora e movimentos involuntários. Também podem ocorrer distúrbios do sono, mudanças de humor, alterações na fala e na linguagem, além de sintomas psiquiátricos, como depressão e ansiedade. À medida que a doença avança, ocorrem a perda de autonomia e a deterioração geral do funcionamento físico e mental. É importante ressaltar que os sintomas podem variar de acordo com o tipo específico de doença priónica.

O diagnóstico da doença dos priões é desafiador, mas geralmente envolve uma combinação de uma avaliação clínica detalhada, exames neurológicos, análise dos sintomas e histórico médico do paciente. Além disso, podem ser realizados exames complementares, como ressonância magnética cerebral, eletroencefalograma e análises do líquido cefalorraquidiano, para auxiliar no diagnóstico. A confirmação definitiva muitas vezes requer uma biópsia cerebral ou análise post-mortem do tecido cerebral para identificar a presença de proteínas priónicas anormais. É fundamental consultar um especialista experiente nessas doenças para obter um diagnóstico preciso.

Atualmente, não há tratamento curativo disponível para a doença dos priões. O foco do tratamento é principalmente no controle dos sintomas e no cuidado de suporte para melhorar a qualidade de vida do paciente. Medicações podem ser prescritas para controlar sintomas específicos, como ansiedade, depressão ou distúrbios do sono. No entanto, esses tratamentos não conseguem deter a progressão da doença. Devido à complexidade das doenças priónicas e à falta de opções terapêuticas eficazes, a pesquisa científica continua a ser fundamental para o desenvolvimento de terapias futuras que possam abordar a causa subjacente dessas doenças e oferecer esperança aos pacientes.

O tempo de sobrevida de um paciente com doença dos priões varia de acordo com o subtipo específico da doença. Na doença de Creutzfeldt-Jakob esporádica, a sobrevida média é de cerca de 6 meses a 1 ano após o início dos sintomas. Já na variante da doença de Creutzfeldt-Jakob, relacionada à ingestão de carne contaminada, a progressão é geralmente mais lenta, com uma sobrevida média de 1 a 2 anos. Em relação à doença genética de Creutzfeldt-Jakob, a sobrevida pode variar amplamente, com casos que podem progredir rapidamente em meses ou mais lentamente ao longo de vários anos. Para a insônia familiar fatal, a sobrevida média é de aproximadamente 7 a 36 meses após o aparecimento dos sintomas. É importante ressaltar que esses são valores médios e cada caso é único, sendo essencial consultar um especialista para uma avaliação individualizada.

Em geral, a doença dos priões não é considerada uma doença contagiosa que se propaga facilmente entre as pessoas no contato cotidiano sendo que os familiares de pessoas afetadas pela doença nao correm riscos de contagio. No entanto, é importante destacar que a doença pode ser transmitida de pessoa para pessoa em situações específicas e raras, como em procedimentos médicos invasivos ou transplantes de tecidos ou órgãos contaminados. Nestes casos, são tomadas precauções rigorosas para evitar a transmissão da doença e garantir a segurança dos pacientes.

A doença dos priões pode ser hereditária em certos casos. Existem subtipos de doenças priónicas, como a doença de Creutzfeldt-Jakob genética, nos quais a causa da doença está associada a mutações herdadas nos genes responsáveis pela produção de proteínas priónicas. Essas mutações podem ser transmitidas de geração em geração dentro de uma família. No entanto, é importante ressaltar que nem todas as formas de doença priónica são hereditárias. Muitos casos são considerados esporádicos, sem uma base genética conhecida. O aconselhamento genético é essencial para famílias com histórico de doença priónica, visando a compreensão dos riscos e a tomada de decisões informadas.

Associação Portuguesa das Doenças Priónicas

Temos por missão oferecer apoio e assistência a pacientes e familiares afetados por doenças priónicas, fornecendo informações, orientações e serviços de apoio emocional, ao mesmo tempo que defendemos os direitos e interesses das pessoas afetadas, procurando melhorias nas políticas de saúde pública e no acesso a tratamentos adequados.

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